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domingo, 11 de abril de 2010

Domínios Morfoclimáticos Brasileíro

Esse tópico é uma ajudinha pra quem precisa saber sobre esses domínios mas não tem tempo e nem paciência pra ler tudo sobre o assunto.
Aproveitem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A gripe dos porcos e a mentira dos homens

Mauro Santayana


O governo do México e a agroindústria procuram desmentir o óbvio: a gripe que assusta o mundo se iniciou em La Glória, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das Granjas Carroll, subsidiária de poderosa multinacional do ramo, a Smithfield Foods. La Glória é uma das mais pobres povoações do país. O primeiro a contrair a enfermidade (o paciente zero, de acordo com a linguagem médica) foi o menino Edgar Hernández, de 4 anos, que conseguiu sobreviver depois de medicado. Provavelmente seu organismo tenha servido de plataforma para a combinação genética que tornaria o vírus mais poderoso. Uma gripe estranha já havia sido constatada em La Glória, em dezembro do ano passado e, em março, passou a disseminar-se rapidamente.

Os moradores de La Glória – alguns deles trabalhadores da Carroll – não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem. A indústria tornou infernal a vida dos moradores de La Glória, que, situados em nível inferior na encosta da serra, recebem as águas poluídas nos riachos e lençóis freáticos. A contaminação do subsolo pelos tanques já foi denunciada às autoridades, por uma agente municipal de saúde, Bertha Crisóstomo, ainda em fevereiro, quando começaram a surgir casos de gripe e diarreia na comunidade, mas de nada adiantou. Segundo o deputado Atanásio Duran, as Granjas Carroll haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país. É o drama dos países dominados pelo neoliberalismo: sempre aceitam a podridão que mata.

O episódio conduz a algumas reflexões sobre o sistema agroindustrial moderno. Como a finalidade das empresas é o lucro, todas as suas operações, incluídas as de natureza política, se subordinam a essa razão. A concentração da indústria de alimentos, com a criação e o abate de animais em grande escala, mesmo quando acompanhada de todos os cuidados, é ameaça permanente aos trabalhadores e aos vizinhos. A criação em pequena escala – no nível da exploração familiar – tem, entre outras vantagens, a de limitar os possíveis casos de enfermidade, com a eliminação imediata do foco.

Os animais são alimentados com rações que levam 17% de farinha de peixe, conforme a Organic Consumers Association, dos Estados Unidos, embora os porcos não comam peixe na natureza. De acordo com outras fontes, os animais são vacinados, tratados preventivamente com antibióticos e antivirais, submetidos a hormônios e mutações genéticas, o que também explica sua resistência a alguns agentes infecciosos. Assim sendo, tornam-se hospedeiros que podem transmitir os vírus aos seres humanos, como ocorreu no México, segundo supõem as autoridades sanitárias.

As Granjas Carroll – como ocorre em outras latitudes e com empresas de todos os tipos – mantêm uma fundação social na região, em que aplicam parcela ínfima de seus lucros. É o imposto da hipocrisia. Assim, esses capitalistas engambelam a opinião pública e neutralizam a oposição da comunidade. A ação social deve ser do Estado, custeada com os recursos tributários justos. O que tem ocorrido é o contrário disso: os estados subsidiam grandes empresas, e estas atribuem migalhas à mal chamada "ação social". Quando acusadas de violar as leis, as empresas se justificam – como ocorre, no Brasil, com a Daslu – argumentando que custeiam os estudos de uma dezena de crianças, distribuem uma centena de cestas básicas e mantêm uma quadra de vôlei nas vizinhanças.

O governo mexicano pressionou, e a Organização Mundial de Saúde concordou em mudar o nome da gripe suína para Gripe-A. Ao retirar o adjetivo que identificava sua etiologia, ocultou a informação a que os povos têm direito. A doença foi diagnosticada em um menino de La Glória, ao lado das águas infectadas pelas Granjas Carroll, empresa norte-americana criadora de porcos, e no exame se encontrou a cepa da gripe suína. O resto, pelo que se sabe até agora, é o conluio entre o governo conservador do México e as Granjas Carroll – com a cumplicidade da OMS.

Jornal do Brasil

Sexta-feira, 01 de Maio de 2009 - 00:00

Disponível em: http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2009/05/01/temadodia/coisas_da_politica_a_gripe_dos_porcos_e_a_mentira_dos_homens.asp

AL: construção de 3º maior estaleiro do mundo provoca crise.



Investimento mais significativo no Alagoas nos últimos 20 anos, a construção do terceiro maior estaleiro do mundo no Pontal de Coruripe, no litoral sul do Estado, provocou uma crise entre órgãos públicos. Com previsão de gerar 4,5 mil empregos, o Eisa S.A. botou Ministério Público e Ibama em lados opostos. Em relatório, o instituto concluiu que a obra geraria "favelização". A promotoria reagiu e disse que o causador de pobreza na região é justamente o desemprego.




As divergências entre os órgãos escancararam-se às vésperas do início da construção da plataforma de produção de navios, avaliada em R$ 1,5 bilhão e com capacidade de processar 160 mil toneladas de aço por ano. Para os setores econômicos, o estaleiro pode ser considerado um divisor de águas no Estado. Atualmente, Alagoas amarga um dos piores Índice de Desenvolvimento Humano(IDH) e sua economia depende quase que totalmente de repasses federais como Bolsa Família aposentadorias da Previdência Social.



Divulgado nesta semana, o parecer técnico do Ibama justifica a possível "favelização" na região do estaleiro na migração da população nordestina para o Alagoas em busca de oportunidades de trabalho. "Já em termos socioeconômicos, destacamos a expectativa gerada pela possível instalação do empreendimento na população da região nordeste, o que acarretará migração para o Estado de Alagoas de trabalhadores em busca de oportunidade de emprego. Tal fato gera favelização", diz o documento.



Na avaliação do instituto do Meio Ambiente, a construção do estaleiro ainda sobrecarregaria os serviços públicos do Estado. "Outro ponto relevante diz respeito ao porte do empreendimento que acarretará demanda por diversos insumos não presentes em Alagoas, impactando o sistema viário nas unidades federativas vizinhas e a dinâmica da economia regional", afirma o parecer assinado por três analistas ambientais do órgão em Brasília.



Envolvido na discussão do projeto, o Ministério Público de Alagoas reagiu ao parecer e ironizou os argumentos do Ibama. "O que produz 'favelização' é o desemprego", disse o promotor do Núcleo do Meio Ambiente, Alberto Fonseca. Ele classificou como "estranho" o material produzido pelo instituto. "Se formos levar em conta o parecer do Ibama, Alagoas está condenada a não receber nenhum empreendimento de porte."



Início da polêmica

A polêmica sobre a construção do estaleiro já provocava rachas antes do parecer do Ibama. As divergências começaram quando surgiu uma indefinição sobre qual órgão seria responsável pelo licenciamento ambiental da obra - o Ibama, de instância federal, ou o Instituto do Meio Ambiente (IMA), órgão estadual. Em seu parecer, o IMA limitou-se às questões ambientais, sem qualquer interferência nas esperas econômica e social.



O Ibama defende-se e alega ter respeitado as considerações ambientais do órgão estadual e produzido um documento mais amplo. "O que foi emitido não foi um parecer sobre o licenciamento, mas sim um (documento) que demonstra de quem é a competência da instalação do estaleiro, além de pontos que mostram quais as preocupações e o impacto ambiental que a obra vai trazer para o município e Alagoas", afirmou a superintendente do Ibama alagoano, Sandra Menezes.



Insatisfeito com as considerações do Ibama, o MP lembrou de outras obras realizadas somente com pareceres de institutos estaduais, sem considerar o Ibama. Conforme o promotor Fonseca, em Pernambuco, um estaleiro foi licenciado pelo órgão ambiental do Estado. Na divisa de Alagoas com Pernambuco, um aeroporto previsto para começar a ser construído ainda este ano também teve licenciamento analisado pelo IMA, e não pelo Ibama.



Respingos eleitorais

O governo de Alagoas e a bancada do Estado no Congresso se dizem preocupados com o relatório do Ibama. O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) afirma que "maus alagoanos" - em referência a integrantes da oposição na bancada federal do Estado - influenciam instâncias federais tentando afastar o investimento bilionário. O motivo seria as eleições. Vilela é pré-candidato à reeleição.



"Muita gente tem botado gosto ruim no estaleiro, até dificultando. Tem maus alagoanos criando dificuldades. Não vão conseguir reverter, mas têm tentado. Chegou lá no palácio um empresário querendo instalar uma fábrica de comida para os funcionários do estaleiro. Ou seja, uma coisa puxa a outra", disse.



"Acho estranho o parecer do Ibama. A bancada federal de Alagoas não aceita e não vamos perder o estaleiro", afirmou o deputado federal Maurício Quintella (PR-AL), aliado ao governo do Estado. Enquanto Ministério Público e Ibama divergem e políticos trocam farpas, o estaleiro Eisa SA é assediado pelos Estados vizinhos de Sergipe e Pernambuco.





http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4373375-EI306,00-AL+construcao+de+maior+estaleiro+do+mundo+provoca+crise.html